data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas
Ainda há, sim, quem duvide que o Progressistas (PP) mantenha a pré-candidatura de Sérgio Cechin, o atual vice, ao lugar de Jorge Pozzobom, do PSDB, o prefeito. No entanto, há indícios de que falou bem mais alto a ideia dos caciques estaduais, a começar pelo senador Luiz Carlos Heinze, interessado num partido forte e ainda mais capilarizado pelo Estado, visando a disputa ao governo estadual em 2022.
Dito isto, e tendo como definitiva a pretensão de Cechin e do PP, há uma situação bastante peculiar que começa a se observar no cenário pré-eleitoral santa-mariense. O que parecia ser um monopólio da esquerda, percebe-se a óbvia divisão do centro-direitismo nativo - hoje no poder com o tucano Pozzobom.
Percebe-se a possibilidade de que três, talvez (embora pareça improvável, hoje) quatro, competitivos nomes se engalfinhem por esse voto (pode-se chamá-lo, também, de "conservador") que pode garantir a ida a um hipotético segundo turno.
Desacredita? Então, acompanhe as observações - misto de opinião, análise e informação - a seguir:
Jorge Pozzobom: o atual prefeito, do PSDB, que disputará (ainda não confirmou, mas quem duvida?) um novo mandato, tem hoje o apoio, no governo, de PP e DEM, afora siglas menores e ainda parte do MDB. Pelo cenário do momento, admite-se que o DEM permaneça, o Podemos se agregue ao time e disputa apoio de PL e PSL, pelo menos.
Sérgio Cechin: nos bastidores, dá-se como certa a dobradinha com o MDB, e Francisco Harrisson é o "noivo" político cobiçado para ser o vice da chapa. Se tudo falhar, a novidade seria ter João Ricardo Vargas como o segundo, com o hoje ainda tucano se filiando ao PSL. Também gostaria de ter junto, e haveria avançada negociação nesse sentido, além do PL, também o DEM.
Francisco Harrisson: ainda é o nome do MDB, mas há quem dê como favas contadas o apoio a Cechin, de quem seria o vice, com o aval de Cezar Schirmer e de caciques estaduais mais direitistas do partido. Se as negociações, eventualmente, derem para trás, bancará a candidatura própria e buscará também o apoio do PSL e do PL e do DEM, em clara guinada à direita da sigla que já teve Ulysses Guimarães, nos tempos da ditadura.
Jader Maretoli: o candidato certo do Republicanos (ex-PRB), e que já concorreu, há quatro anos, então pelo Solidariedade. Tem seu eleitorado quase único entre os fieis de igrejas evangélicas. Tenta ampliar esse leque, para manter-se competitivo. Não há certeza se conseguirá, mas certamente o centro-direitismo é o seu lugar.
Obviamente, essa avaliação se submete ao olhar da conjuntura. Que, como dizia aquele político de antanho, é como as nuvens. Hoje elas estão aqui, amanhã não se sabe. Ainda.
E como ficam os
CCs do Progressistas?
A titular da Assessoria Superior de Políticas do Interior da prefeitura, Anita Costa Beber, filiada ao PP e candidata a vereadora, deixaria normalmente o cargo até 3 de abril para se desincompatibilizar e ficar apta a concorrer em outubro. Já não seria o caso da secretária de Meio Ambiente, Sandra Rebelato (foto), que não concorre ao Legislativo.
Esses dois nomes, ao lado do próprio vice, Sérgio Cechin, são os principais, mas não os únicos, do grupo de Cargos de Confiança na órbita do Progressistas (PP) e que decidiu correr em faixa própria no pleito deste ano. Especula-se que, no total, seriam pelo menos 30 CCs, afora pequeno grupo de servidores do quadro geral, que contam com Função Gratificada.
A pergunta é: o PSDB (e o prefeito Jorge Pozzobom, claro) endureceria o jogo e dispensaria os CCs do futuro ex-aliado? Ou apostaria ainda na possibilidade de acordo que mudasse a posição do PP?
Ao que foi possível apurar, a ideia é esperar alguns dias, "mas não muito", antes de tomar uma decisão, seja ela qual for.
Alianças e as trocas
no primeiro escalão
Sobram inquietações na prefeitura. Algumas somadas, como as articulações para alianças para 4 de outubro e os resultados práticos do "mês da traição", na Câmara.
Uma, especialmente, ocupa muito espaço, até por implicações administrativas. Trata-se da dança das cadeiras de secretários e assessores que se retiram para concorrer, ou mesmo por conta de acordos que não incluam aliança com o PSDB.
Têm-se como certas as saídas de Anita Costa Beber (Assessora do Interior), João Chaves (vereador e secretário de Desenvolvimento Social, foto), Orion Ponsi (Mobilidade Urbana) e Givago Ribeiro (superintendente de Esporte).
Há três dúvidas: Sandra Rebelato (do PP, por conta da candidatura de Sérgio Cechin), Marta Zanella (do MDB, do pré-candidato Francisco Harrisson) e Rodrigo Menna Barreto (DEM e possível candidato a vereador ou até a vice-prefeito).
Fonte graúda no governo garante ao escriba que espaços serão preservados. Isto é: se Menna Barreto sair, o DEM indicará o substituto - desde que o partido siga Pozzobom em outubro. Já os demais dependerão de negociações com siglas que queiram continuar (ou entrar) no barco tucano na eleição.
AO GOSTO DO...
Pesquisas pagas por partidos ou pré-candidatos (não registradas e portanto não publicadas) circulam nos bastidores. O escriba acessou números de duas. Curiosidade: numa a "rejeição" do prefeito chega a normais (para quem está no poder) 35%. Noutra vai a 67% - e não esclarece se é o governo (o que incluiria o vice) ou só o prefeito. Vai daí que, verdade ou não, parecem números ao gosto do freguês. Parece.
CCs DO MDB
Noves fora, a anunciada aliança entre PP e MDB, com a dupla Sérgio Cechin/Francisco Harrisson, a aposta no Centro Administrativo Municipal é que, se depender apenas deles, dois Cargos de Confiança do MDB não deixarão o governo: o superintendente de Habitação, Wagner Bittencourt, e a secretária de Cultura, Esporte e Lazer, Marta Zanella. Ah, e a menos que a conjuntura mude muito, não serão demitidos.
O TRUNFO
O sonho de consumo de todos os candidatos de Direita, na cidade, é contar com o apoio do PSL, partido pelo qual se elegeu (e depois se mandou) o presidente Bolsonaro. O grande charme não é a quantidade de militantes, aqui bastante escassa. O trunfo do PSL é outro: junto com o PT elegeu a maior quantidade de deputados federais e, assim, tem o maior tempo disponível para o trololó eleitoral eletrônico.
IDEOLOGIA?
Tem partido de médio para grandão que gostaria, com sinceridade, de apresentar candidatura majoritária. Aí, de repente, começa a fazer contas e descobre que não há chance alguma de bancar financeiramente a campanha eleitoral, nem mesmo para fazer uma votação digna, quanto mais vitoriosa. Vai daí que sai em busca de parceria capaz de cobrir as despesas. Ideologia? Apenas se for possível.
PARA FECHAR!
Os partidos seguem em busca de nomes da comunidade em Santa Maria capazes de oferecer maior substância e representatividade às nominatas à Câmara, além, claro, de angariar votos. O PC do B, por exemplo, anunciou a candidatura de alguém com grande respeitabilidade pessoal e política. No caso, a professora (doutora em Educação) e militante do movimento negro, Maria Rita Py Dutra (foto).